O esforço para jogar no lugar preferido,
um ótimo público no Mineirão e a equipe mostrando seu melhor diante de
um rival de peso. O roteiro para a festa do título brasileiro foi
cumprido à risca pelo Cruzeiro, que bateu o Grêmio com autoridade por 3 a
0 e fez sua parte para levantar a taça já neste domingo. O problema é
que o Atlético-PR, vice-líder, também fez a dele, e adiou a conquista ao
ganhar do São Paulo por 3 a 0.
Com os dois triunfos, a diferença entre
Cruzeiro e Atlético-PR permanece em 13 pontos, com cinco rodadas e 15
pontos em disputa. A chance de uma reviravolta é pequena, mas suficiente
para manter o grito de “tricampeão” entalado na conquista do torcedor
celeste, que soma a Taça Brasil de 1966 ao Brasileiro conquistado em
2003.
“Frustração”, porém, talvez não seja a
palavra ideal para definir a tarde dos 58.113 cruzeirenses que foram ao
Mineirão. No fim do jogo, satisfeitos com a bela atuação, os torcedores
foram brindados com uma legítima festa de campeão, com direito a volta
olímpica dos jogadores as estrelas simbólicas da conquista, que
coloriram o estádio.
Isso e a atuação do time celeste
justificam a festa no Mineirão. Com um meio-campo ágil e habilidoso
comandado por Éverton Ribeiro, o Cruzeiro aproveitou a vocação defensiva
do Grêmio e encurralou os gaúchos em seu campo de defesa. Os três
zagueiros e os três volantes de Renato Gaúcho passaram a maior parte do
primeiro tempo tentando afastar a bola na base dos chutões, enquanto os
cruzeirenses se movimentavam e abriam espaços no ferrolho tricolor.
Dono do jogo, o Cruzeiro assustou com
uma batida de longe de Dagoberto e uma chute desequilibrado de Borges,
que completou mal uma linda jogada de Éverton Ribeiro. O camisa 9 se
redimiria aos 33 minutos. Em uma bola alçada na área, Werley afastou mal
e ela ficou no ar, entre ele e Borges. O atacante, esperto, emendou um
voleio acrobático e mandou no canto esquerdo de Dida, que, mal
posicionado, não evitou o gol cruzeirense.
O 1 a 0 garantiria o título se, a essa
altura, o Atlético-PR já não estivesse fazendo 2 a 0 no São Paulo, na
Vila Capanema. Mesmo assim, a vantagem animou os cruzeirenses, que
mantiveram o domínio e a busca pelo segundo gol. Aos 45 minutos, por
exemplo, Everton Ribeiro fez fila na entrada da área e só não foi mais
longe porque foi derrubado pelos zagueiros gremistas, em lance ignorado
pela arbitragem.
Do outro lado, Fábio foi pouco acionado,
mas quando teve de intervir, o fez com excelência. Ainda no primeiro
tempo, ele usou toda sua elasticidade para buscar no canto um chute
forte de Ramiro, da entrada da área. Na etapa final, ele repetiu a dose
em um chute de Barcos, que pouco antes já havia acertado a trave.
Foram os arroubos de ofensividade de um
Grêmio que dava muito espaço ao Cruzeiro, mesmo nos momentos mais
desanimados do time mineiro, que pareceu sentir quando o Atlético-PR fez
3 a 0 no São Paulo. Para ampliar, foi preciso que Willian entrasse em
campo. Depois de um lateral, aos 34 minutos, o atacante bateu firme e
ampliou.
Com o Grêmio entregue, o Cruzeiro
aproveitou. Ao som de “tricampeão”, o time mineiro aumentou a pressão e
chegou ao 3 a 0 aos 40 minutos, com Ricardo Goulart completando um
cruzamento de Willian.
Uol Esportes
0 comentários:
Postar um comentário