Misture tradição, cultura popular e muita harmonia. Acrescente uma
família (pai, mãe e irmãs) unida, festeira e ainda muito consciente da
música nordestina de raiz. Essa é a base musical do grupo Clã Brasil, da
cidade de Itaporanga (PB), que pavimentou o caminho da música de Lucy
Alves. A formação-base conta com as irmãs Laryssa, Lizete, Maria José e a
própria Lucy, além do pai, José Hilton.
Com uma forte presença de palco, Lucy ascendeu chamando a atenção de grandes nomes da música, em parcerias no palco e em estúdio. Ela, por exemplo, já gravou e tocou ao lado de Dominguinhos, Marinês, Sivuca (1930 – 2006), Quinteto Violado e muitos outros.
Há pouco tempo, excursionou com a banda de Alceu Valença na turnê
em tributo ao ídolo dos dois, Luiz Gonzaga, e segue fazendo shows pelo
Brasil, ainda com o Clã Brasil. “Ainda” porque a artista se prepara para
alçar voo solo. Leia a entrevista que Lucy gentilmente concedeu ao
SaraivaConteúdo.
Lucy Alves. Tem suas delícias e dissabores. Mas acho que o lado positivo se sobressai. É muito bom trabalhar ao lado de pessoas em quem você confia e conhece plenamente, sem falar na sintonia musical e até espiritual.
Você consegue dizer o quanto seu pai, o José Hilton, influenciou sua formação musical e influencia seu trabalho?
Lucy Alves. Meu pai é o meu grande Guru. Ele é a
grande influência na vida funcional do Clã Brasil e responsável pelo meu
gosto musical e apreço pela música. Tenho sorte de ter crescido em um
ambiente onde só se ouvia Luiz Gonzaga, Sivuca, Trio Nordestino,
Marinês, Beatles, Jacob do Bandolim, Época de Ouro, Elizeth Cardoso,
Piazzola, Vivaldi, e por aí vai.
O que pulsa mais forte? O lado compositora ou o lado intérprete?
Lucy Alves. Talvez, por estar ainda aprimorando o meu
lado compositora, o lado intérprete esteja falando mais alto. Mas venho
sentindo que o lado autoral vem ganhando espaço em mim, e é por aí que
pretendo seguir.
Você tem sido muito citada nas resenhas dos shows e também pelo público. Há pretensão de seguir carreira solo?
Lucy Alves. Sim. Venho trabalhando minha carreira
solo, paulatinamente, ao lado do Clã Brasil. Ultimamente, tenho
realizado vários shows ao lado de outros artistas renomados e realizado
trabalhos musicais sozinha. E agora me preparo pra entrar em estúdio e
gravar um trabalho solo.
Além da sanfona, quais os outros instrumentos você toca?
Lucy Alves. Toco, além da sanfona, bandolim, fole de oito baixos, contrabaixo, cavaquinho, violino, rabeca, e "arranho" outros por aí.
Quem são seus ídolos na música?
Lucy Alves. Luiz Gonzaga, Dominguinhos – que, além de exímio instrumentista, é um ser humano inigualável –, Sivuca, Marinês, Jackson do Pandeiro, Alceu Valença e Jacob do Bandolim. Acho que esses são alguns dos artistas que mais admiro e que mais me influenciam.
Como pintou o convite para as apresentações ao lado do Alceu Valença?
Lucy Alves. O Alceu conheceu nosso trabalho através
do YouTube e ficou encantado com o nosso som. Um dia nos encontramos em
Recife e tocamos uma ou duas músicas juntos, Clã Brasil e Alceu. A coisa
foi dando certo, ele ficou entusiasmado e aí fomos dando continuidade à
dobradinha.
No videoclipe de “Numa sala de reboco”, a gente pode ver uma simbiose entre você e o Alceu...
Lucy Alves. Fizemos tudo na hora, de maneira simples e
muito musical. Gosto muito das concepções musicais do Alceu, temos
sintonia e acho que minha sanfona se encaixou muito bem em seu trabalho e
shows. Estamos com ideias para possíveis parcerias futuras e já estamos
amadurecendo tais ideias. Aguardem!
Depois de seis CDs e dois DVDs gravados, o que mais os apreciadores da boa música nordestina podem esperar?
Lucy Alves. Estamos lançando um CD agora, no início
de 2013, que é uma homenagem a Rosil Cavalcanti, grande parceiro de
Jackson do Pandeiro. Nesse CD, eu e meu pai musicamos poesias do Rosil.
[O disco] traz canções inéditas, além de regravações de grandes sucessos
como “Sebastiana", "Forró na Gafieira" e "Tropeiros da Borborema".
Temos planos ainda de gravar um DVD totalmente autoral, que tem como
base a música nordestina.
Quais são seus próximos projetos?
Lucy Alves. Agora no primeiro semestre de 2013, entro em estúdio para gravar um CD, tudo isso em paralelo com as atividades do Clã Brasil e do Alceu Valença. Adoro trabalhar! O ócio realmente me chateia!
Daniela Guedes
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